sábado, 21 de dezembro de 2013

Sobre o amor.


Fico pensando em qual dos quatro elementos o amor mais se enquadra até perceber que posso associa-lo a todos. 
Ele é como a abundância de águas. Nunca estive literalmente numa enchente, mas já fui inundada pelo amor. E nessa experiência percebi que nadar contra ele serve para tudo: nos cansar, exaurir músculos, perder tempo, menos fazer com que vençamos as suas fortes correntezas. Você consegue parar a água só por posicionar-se contra ela, ou ela te contorna e flui por através de você? Você vive sem água? 
O amor pode se portar como um rio tranquilo ou como mar revolto. Pode ser gelado e confuso, morno e gostoso, quente e sufocante. O amor pode ainda ser como o mar morto, e te fazer boiar para sempre nele.
Já colocou fogo em qualquer coisa? Dependendo do que você é feito pode te consumir em segundos, ou desintegra-lo lenta e constantemente, mas de nenhuma maneira em contato com ele você deixa de sofrer algum tipo de transformação. Se você se afasta do fogo, sentirá frio, se encara-lo de perto demais, se queimará. Ele nos aquece, nos cozinha, nos prepara.É a descoberta que muda o rumo da vida. O amor é fogo. 
O amor assemelha-se ao ar. Por mais que não possamos vê-lo ou definir a sua forma, sentimos o seu cheiro e dependemos de sua existência. Sem o ar, como viver? Na sua ausência sufocamos, nos privando propositadamente, sufocamos, com sua composição em proporções erradas, sufocamos. Não existe vida plena sem amAR. E comprimido ou expandido, ele pode estar em qualquer lugar, presente em partículas diminutas espalhados pelo nosso interior, entrando e saindo dos nossos pulmões, pressionando ou não nossa caixa torácica. 
O amor é a terra fofa dos nossos corações. Ele é o solo fértil que alimentará os maiores carvalhos e as mais lindas flores. O amor nutre, é o pó que formou o homem.
Sem o amor, somos terra seca, rachada, ferida e morta.
O amor é aquilo sem o qual nada seríamos.





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