sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

The Place

Comprei passagens só de ida. 
Sempre imaginei um lugar onde eu pudesse me sentir uma pessoa totalmente nova, e ainda eu mesma. Onde me sentisse à vontade mas não muito para perder os detalhes e não prestar atenção em tudo, até em mim. Um lugar que tivesse um clima ameno, agradável. Nem sufocante, nem frio, nem paradão, mas aquecido, clima excitante e ao mesmo tempo tranquilo. Um lugar onde eu pudesse gargalhar, despirocar, dar uma de doida, e ao mesmo tempo pudesse ficar confortavelmente em silêncio, quieta, escondida. 
Sempre quis um lugar onde eu não me sentisse ameaçada, mas protegida. Um que não me sentisse avaliada, mas aceita; tolida, mas livre. Livre pra pensar, falar, sorrir, expressar, livre pra ser eu, livre pra ser o melhor que posso, livre pra enaltecer. Livre para expor minhas inseguranças, medos, fragilidades e pensamentos limitados sem ouvir que sou louca, um lugar onde o que me falta seja visto como simples humanismo, e eu recebesse as ferramentas úteis pra quem sabe desconstruir tudo isso e formular outras mentalidades. 
Fui até vários em busca desse ambiente que destravasse a minha alma, e de tantas maneiras diferentes tentei  me enquadrar e sentir que estava no melhor lugar que podia, em vão. Com o tempo eu mesma levantava vôo e partia pra nunca mais. Me faltavam coisas.

Me faltava poder falar livremente todas as minhas sandices. Me faltava poder namorar uma mão dentro do carro sem ser vista como a pessoa mais estranha do planeta terra. Me faltava querer tanto alguém que chegasse a doer, e ser tão desejada que também doesse do outro lado. Me faltava essa sensação de infinitude do que sinto e essa gana de lutar e enfrentar tudo só para que meu lugar nesse lugar não fosse extirpado. 
O melhor lugar do mundo é naquela pessoa que aceita, enxerga, alimenta e ama a sua alma, do jeito que ela é.
O melhor lugar do mundo é você. 
Você é o meu lugar.




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