segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E eu sou aprendiz...


Segundo Aurélio:
Aprender
01. Ter noção ou conhecimento de; saber.
02. Ser muito versado em; saber bem.
03. Ter relações ou convivência com.
05. Reconhecer.
06. Apreciar, avaliar.
07. Ter experimentado (algo).
08. Ter estado em (certo lugar).
09. Ter grande saber, ou competência.
10. Ser consciente de si mesmo, dos seus valores e limitações.


Talvez a capacidade de aprender, seja a que primordialmente nos diferencia da grande maioria dos animais. E mais ainda, a capacidade de continuar aprendendo constante e incessantemente durante a vida é o que nos separa definitivamente do restante de todas as outras ‘coisas’.
É baseando-me nos diversos ganchos descritos pelo Aurélio que desenvolvo esse escrito.


APRENDER É...


Ter noção ou conhecimento de que a primeira coisa que se deve saber é que não sabemos tudo e nem nunca saberemos. Ter noção de que o próximo precisa ser respeitado e levado em consideração. Ter noção de que o egoísmo é a principal ‘coisa’ que não leva a nada, a não ser à própria solidão e melancolia. Ter o conhecimento de que nada é em vão, e tudo pode servir de – olha que coincidência – de aprendizado.
Ser muito versado em matéria de gratidão, porque quem não é grato pelas lições que vivencia é – honestamente – incapaz de absorver por inteiro o que se pode apreender das coisas que vivemos. Ser muito versado em descobrir novos caminhos e rumos para o mesmo fim. Cada um de nós tem resistências e modos diferentes de enfrentar e sustentar os fardos, e só descobrindo formas alternativas e pessoais para trilhar o aprendizado. Saber bem que é preciso humildade, abaixar a crista é imprescindível para quem quer fazer valer a experiência da vida. É saber bem que nem tudo vem de primeira, e que persistência é pré-requisito.
Aprender é ter relações e convivência com os mais diversos e variados tipos de pessoas. “É tornar menos específico - o tal ‘filtro social’ -, porque ‘nem só de pessoas cordiais e bondosas viverá o homem” – kkkkk – Não entendeu? Explico. É claro que todos nós gostaríamos de viver em harmonia. Mas até com a ‘pior criatura’ devemos estar abertos a absorver conhecimento. Quem não convive não aprende. Ninguém nasceu pra ser só, e nada é possível e pleno em completo isolamento. Portanto, relacione-se. Quase que simultaneamente isso incluirá em sua bagagem, o compartilhamento das bagagens – que é a fonte da sabedoria.
Aprender é reconhecer. Reconhecer os erros, reconhecer os equívocos. Reconhecer a ignorância. Reconhecer os deslizes e desacertos. A partir do momento que nos abrimos ao reconhecimento, nos colocamos a mercê da inteligência e do olhar clínico sobre tudo. Aquele que reconhece, tem a oportunidade de ser consciente em seus passos e decisões; bem como maior chance de ter mais acertos que erros. Sem contar que os reconhecedores não são movidos pelo veneno do orgulho, tão logo aprenderam a se posicionar como detentores de suas rédeas, errantes e não vítimas. Ora! Aprender é se expor! E quem se expõe tem coragem de reconhecer-se e reconhecer o mundo que o cerca.
Aprender também é avaliar o que é oferecido. Não tem jeito, tolo é quem vive achando que a vida não é feita de escolhas e sim de andar trôpego deixando tudo acontecer. Não. Avaliar é estar em estado constante de alerta emocional e racional, ou em simples palavras, estar apto a aprender. Quer aprender? Aprenda primeiro a avaliar. Saia da impulsividade e treine sua mente.
Aprecie! Nada mais delicioso para a alma e para o ego do que apreciar uma vitória – e indiretamente – um aprendizado. Preciso reforçar? Pois bem: quem não sabe apreciar – o que quer que seja – é cego. E não digo que não é possível aprender de alma (olhos) fechada, mas garanto, é imensamente mais complexo.
Aprende quem já tenha experimentado dor, sofrimento, agonia e dúvida. Experiências ruins são aquelas que nos moldam. Aprende quem já tenha caído e tido forças, coragem e dignidade de se levantar. Aprende quem tenha experimentado curtir fossa também. Enfim! Aprende quem EXPERIMENTA, quem ABRE, ESCANCARA, EXPÕE o peito pra fora e torna-se disponível!
A descrição 8. diz: APRENDER É... Ter estado em (certo lugar). – eu digo que é ter estado no coração das pessoas. Ter estado em seus momentos de luta, desespero e desamparo. É ter estado presente no mundo de quem te cerca. É também viajar, é vivenciar, é aventurar-se.
Aprender é ter grande saber e competência. É necessário destrinchar mais? Não. Recuso-me.


E por fim, é ser consciente de si mesmo, dos seus valores e limitações.
Aprender é que nem plantio! Palavras e experiências são sementes, o solo é sua vida. Conselhos são fertilizantes, as lágrimas por vezes regam, mas a humildade também serve. Tenha em mente que o solo pode estar seco, cheio de espinhos, e o agricultor é você!
E não se prenda às ervas daninhas, para os males desse mundo há o perdão. E quando este não resolve, há o livre arbítrio, que lhe permite optar o que se quer em teu arado!
Aprender é...
É entender de uma vez por todas que ninguém é igual a ninguém. Que você não é insubstituível, que as pessoas vão sim magoar-te – mesmo sem querer – e que faz parte do aprendizado cometer umas mancadas. Que você também vai magoar, e que com a mesma força que julgar, será julgado. Aprender é viver. E só vive quem aprende!
Do contrário, se você chegou até aqui em sua vida, e nada aprendeu... Eis aqui o retrato de um zumbi! Ser humano tu não podes ser...

APRENDA! APRENDA A VIVER!











sábado, 25 de dezembro de 2010

SOBERANA.



Apenas para deixar declarada a minha indignação frente a todas as situações as quais fui submetida a viver, sem de fato merecer é que registro os meus indigestos.
Por todas as palavras (mal) ditas, que simplemente 'entraram queimando e sairam dilacerando'.
Por todas as acusações falsas, cheias de maldade e sem pé ou cabeça.
Por todos os momentos em que, (burra), estive em sua mão, sendo sutilmente conduzida a ter as reações certas, que de certas nada tinham. Só serviam para me deixar mais nua.
Porque é assim q estou. Larguei todas as minhas roupas pelo caminho.
Primeiramente retirei os meus calçados. E eles representavam minha proteção e segurança.
Retirei o meu casaco, e ele era a bagagem que eu tinha das experiências passadas, que me servia de fonte aquecedora para saber o que fazer com situações similares.
Retirei minhas meias, e elas eram a proteção contra a sujeira dos terrenos áridos que as vezes passamos. Ela me protegia dos espinhos, das pedras e farpas.
Em seguida,fui obrigada a tirar minhas calças. E elas eram minha vergonha na cara.
Sem vergonha na cara, ficou mais fácil passar por tudo.
Quando achava que ok, já estava bom, minha blusa foi rasgada de mim. E ela, bom... elas eram a minha dignidade. A dignidade que me era necessária nas horas em que eu precisava me revoltar. Sem dignidade eu me tornei passiva.
Assim, caminhando seminua pela vida, sem bagagens, sem segurança ou proteção, sem vergonha na cara e dignidade eu sentia frio e solidão.
Chegou num ponto em que minhas vestes íntimas me foram exigidas. E foi ai, nesse ponto, que eu me despi do amor próprio. E sem ele ... sem ele eu já não era ninguém.
Caminhando nua, me sujei. Me sujei de humilhações.
Me feri. Me feri por causa do descaso.
Caminhando nua senti frio. O frio da rejeição.
Caminhando nua senti vergonha. A vergonha do desafeto.
E caminhando nua passeei diante de um espelho. E senti horror, desespero, descrença e... VERGONHA NA CARA.
Em algum lugar desnudo ela ainda existia.


Entrei em alerta. Como fui ficar assim?
Como?
e aí......
E percebi a única peça que ainda existia, que nem peça era. Percebi que meu rosto continuava limpo, e meus cabeços sedosos.
E foi ai que sussuram em meus ouvidos: pelo menos vc ainda tem a soberania. Use-a para sair dessa.

E é isso que lentamente eu faço.

Sou soberana à essa situação, pelo simples fato de ser capaz de absorver o aprendizado que dela posso tirar.
E eis aqui: nunca mais, nada e nem ninguém nessa vida, vai me despir das minhas armas de defesa, que garantem não só o meu bem estar, mas o meu preparo diante desse mundo, covil de cobrar (des) humanas, que na sua grande parte, pouco se importam com o outro. Buscam apenas o seu bel prazer.
Eis aqui a minha soberania.
Ei, eu não te pertenço mais

Para o homem da minha vida.


Ao homem da minha vida.
É... Eu sei que ao pensar em você, vou suspirar e sentir orgulho. Sei não, eu sinto.  Entre nós existirá um quê de “nossa, você é demais!”. Pois eu sei que eu preciso pensar isso sobre alguém. Eu sei que você será o homem mais carinhoso do mundo, e sei que ser carinhoso comigo te dará satisfação.
Seremos cúmplices, e eu vou sentir frio na barriga ao perceber que até o meu olhar você consegue interpretar. Desde já quero dizer como eu admiro você ser assim – tão bom em me ouvir. Você mais do que ninguém vai saber que se eu não me expressar, viro uma chata.
Você vai abrir a porta do carro pra mim, e estacionar o carro em lugares improváveis só para que eu não pegue chuva. Vai puxar a cadeira. Você vai rir da minha cara de poucos amigos, e quebrar minha raiva com um gesto de carinho, porque ah! Você é o meu cara! Logo, é você a pessoa que eu sempre quis: o homem que me deixará envergonhada de ser grossa, e, por conseguinte, me fará ser assim, aberta, gentil. Porque é disso que eu sempre precisei: alguém que me inspirasse a ser delicada; alguém que me tirasse a necessidade de me armar.
O que mais vou gostar entre nós, é a ausência de fingimentos. Não precisaremos fingir nada um pro outro, não haverá a necessidade de omitir ou mascarar sensações e opiniões. Com você a verdade poderá ser dita, com você o amanhã é tarde demais para resolver um problema.
Não precisarei sentir medo de perder você. Nós não seremos o tipo de casal que age como se não se preocupasse um com o outro.
Você vai comigo aos eventos da minha família, e me surpreenderá pedindo para ficarmos um pouco mais. Você vai ficar amigo dos meus amigos, e isso me fará sentir mais orgulho ainda de você: você é maduro e não enfrenta as outras pessoas da minha vida como seus oponentes.
Já te contei como o seu sorriso é lindo? E é sobre ele que comentarei abobalhada com as minhas amigas mais próximas. Aliás, é o seu senso de humor que me fisgou. Quando penso em você, penso em seguida “Nossa, finalmente um homem com quem eu posso ser irônica, sarcástica e má”.
Eu sei que entre nós reinará a paz. E que brigas serão raras, e até gostosas quando a reconciliação chegar. Sei que você não elevará a voz – talvez só um pouquinho – e jamais, em hipótese alguma, dirá coisas para me humilhar. O respeito será sua maior virtude.
Nós iremos a diversos lugares, viajaremos muito, nos meteremos em aventuras e gargalharemos do mundo.
Você será gentil comigo quando eu chegar cansada dos meus plantões, e mesmo que já esteja dormindo, vai despertar nem que seja apenas para um beijo na testa, ou um gesto que mostre “querida, eu percebi que você chegou”. Aliás, mesmo que nem sempre, você vai gostar de ouvir minhas histórias sobre o tudo que acontece de bizarro dentro de um hospital, e você ser assim, um cara interessado em mim, é o que me fará querer te dar outro assunto, que não seja eu , eu, eu.
Você me fará um jantar à luz de velas, mesmo que a comida propriamente dita seja a que você encomendou – porque – sabe como é, o seu papel na relação é apreciar o que eu cozinho. E você contará pros amigos, todo orgulhoso, o quanto a sua mulher cozinha pra caráááálho. E dirá também, igualmente orgulhoso, que a sua mulher faz questão que você tenha e conviva com seus amigos. Ela confia em você. Eu, eu confio.
Você também vai gostar de cachorros, assim como eu. E nós teremos um. E você também vai me deixar dizer por aí que o cachorro me ama mais do que ama a você, e me obedece mais e etc. E essa pequena atitude é a raiz de outras tantas, primordiais, pois você não compete comigo, e nem muito menos alimenta meu espírito competidor.
Você vai me ajudar a trocar de carro, vai me ensinar a trocar pneu e vai me dar dicas de direção. Você também vai comigo ao mercado, e como criança, me pedirá para incluir aquele doce que você adora, nas compras do mês – e é claro que eu só vou permitir depois de fazer um charme.
E você adora o meu corpo. As minhas curvas e também imperfeições. Me elogia sempre e me fará sentir única no mundo. Você opina nas minhas roupas e tem um gosto excelente pra presente.
Ah, e o sexo! Como você me faz bem. Você será aquele tipo insaciável de cara que tem o prazer em dar prazer. E será maravilhoso, porque eu também sou do tipo insaciável que tem prazer em dar prazer. Nossa entrega será mútua, e na cama compartilharemos nossos melhores momentos e fantasias. E ao me lembrar de nossas travessuras, sentirei arrepio na espinha e involuntariamente morderei os lábios. Pois você me causa isso: um tesão sem fim.
Já contei da tua boca? Quão bem desenhados são esses lábios que me fascinam. E beijar é nossa maior confidência.  E suas mãos? Mãos de homem, firmes e intensas, que me fazem sentir desejo de ser mulher.
Você despertará em mim a vontade de estar sempre bela, pois desde que me envolvi contigo, minha alto-estima elevou-se. Não porque você me fez ser outra, mas porque você me valoriza inteira.
Você se sentirá um cara sortudo, por ter ao seu lado uma mulher que ama agradar-te. Você se sentirá homem, útil e viril por se sentir capaz e necessário ao meu lado. Ao olhar-se no espelho, sentirá orgulho de si mesmo, por ter conseguido alguém que sua família admire, e que sua mãe sinta prazer em ter a companhia. Pois entre nós não existirá essa rixa entre mulher e sogra. Você é um filho honrado, e por consequência é um companheiro honrado também.
Por fim, é você o cara que me faz querer continuar cultivando os meus melhores manjares.  E nem me importo se ainda demorar – quer dizer, me importo sim – mas sinto-me segura mesmo assim, pois não sei se mencionei, mas o meu passado – e os caras que encontrei antes de você – não farão você se sentir inseguro, nem tampouco me ver de forma diferente da forma como você me vê: com verdadeira adoração. E não teremos vergonha de dizer que sim, nós nos adoramos.
E nos adoramos porque o nosso amor não anula quem somos, e nos adoramos porque oferecemos um ao outro o melhor que temos, e nos adoramos porque não podemos acreditar que finalmente encontramos alguém que nos faça suspirar, e eu te adoro porque “quando penso em alguém, é por você que fecho os olhos”.
Cara, eu não te conheço ainda.  Ou quem sabe conheço, mas não enxerguei.
Entretanto, o primeiro passo eu já dei, que é saber exatamente o que você será pra mim.
Um xêro. Aguardo-te ansiosamente em minha vida.
Jéssica Almeida.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Desapego?

A maior virtude do ser humano é a capacidade de amar, pois dentre todos os sentimentos, o amor é o maior; é ele quem governa. É o amor que tudo pode, que tudo espera, tudo sara, tudo transforma. É o amor que nos mantem vivos.



Só o amor permite chances e recomeços, só ele possibilita o perdão. Sem ele, não existe harmonia,pares, muito menos genuinidade.
Sem o amor, não existiria compaixão, zelo, apego, caridade, morte de cruz.
O amor sacrifica, o amor ampara, o amor cuida, o amor transpõe barreiras.


Todos amaram, amam, ou amarão, mas nem todo amor é o verdadeiro, legítimo e incondicional; pois até o maior dos sentimentos, sofreu plágio, foi posto em segundo plano ou condicionado á motivações erradas. Pois assim como a maior virtude do ser humano é amar, a pior capacidade do mesmo é não respeitar o amor. Amor é respeito, e falta de respeito, é falta de amor. Verdadeiramente, nos falta amor. Seja por nós mesmos, ou pelo próximo. Falta amor, e sobra desapego.
Verdadeiramente, amor, nos falta você...'

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Buscareis e Achareis?

Procura-se.



Procuram-se palavras sinceras, procuram-se sorrisos verdadeiros. Procuram-se gestos genuínos, corações humildes e abraços carinhosos. Procuram-se homens cavalheiros, procuram-se mulheres recatadas. Procura-se paz sem repressão, juventude sem desesperança, liberdade sem libertinagem, glória sem corrupção, velhice sem abandono, evolução sem frieza, conquistas sem mortes, olhares sem inveja. Procuram-se famílias unidas, pais companheiros, filhos presentes. Procura-se comida caseira, casa tranqüila e roupa limpa. Procura-se o verde, o colorido, o natural. Procuram-se amizades duradouras, amores fiéis, amizades fiéis, amores duradouros. Procura-se compaixão, apego e gentileza. Procura-se respeito, segurança e tranqüilidade. Procuram-se boas músicas, bons filmes e boas intenções. Procuram-se bocas que falam, ouvidos que ouvem, olhos que vêem, mãos que tocam, corações que sentem, mentes conscientes. Procuram-se plantas extintas, animais extintos, seres humanos extintos. Procura-se a fé, a honestidade; procuram-se sonhos. Procura-se.


Aquele que procura, acha?

domingo, 4 de julho de 2010

Entendo bem...

... o peso da derrota, a acidez de uma lágrima, o sorriso alheio que não me cabe; a dor de levantar e não saber como se manter de pé. Aprecio a beleza do simples, a complexidade do natural, aquilo que é feio, as vezes me é bonito, e vice-versa. Saver ser aquele ser humano intenso, intrigante, belo; imperfeito, porém profundamente bom naquilo que faz. Sei animar o ambiente, comover quem me ouve, consolar quem procura meu afago. Eu quero o bem, o melhor, o brilho de cada manhã. Me choco constantemente, com a falta de zelo, reconhecimento, estima e consideração da maioria; talvez por me doar muito; e por isso, vivo nesse mundo, me esquivando de todos os percalços que aparecem. Na busca incessante pela calma e pela paz que mereço. Assim sendo, cair é permitido, mas render-se é absolutamente inaceitável. Por fim, sou um ser humano, amo, sofro, reconstruo. E mais ainda, aprendi a aceitar a minha singularidade. Entendo bem;
Entendo bem o que você sente... ~

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Feminina


Pode uma mulher sujeitar-se a todas as críticas que lhe fazem? Pode ela ceder a todas as exigências e responder à todas as expectativas? Pode? Ou mais ainda, pode uma mulher não conhecer a si mesma o suficiente ao ponto de viver em concordância com modelos alheios? Portando máscaras indubitáveis? Poderia ela cair e jamais reerguer-se ? Poderia ela desistir frente a todos os obstáculos? Qualquer mulher facilmente pode ser assim, desde que traga a sua fragilidade natural, pra dentro da alma, tornando-se de uma pequenez incrível. Não sou capaz de ser essa mulher. E embora não possa afirmar com veemência exatamente tudo aquilo de que sou capaz, posso garantir que sou e tento ser o melhor que poderia, diferente e nova todos os dias, sem necessariamente entrar em acordo contigo, e com aquilo que você julga ou não aceitável. Porquê além de ser mulher e conviver com todos os possíveis hormônios (e são milhares), me dou ao luxo de usar o meu livre arbítrio, e ser um humano único.

Os olhos azuis/verdes/cinzas/todas as cores do mundo


Um dia cansativo.
Cumprir as obrigações deixa um gostinho na alma de satisfação, mas também traz uma fadiga dos infernos. Voltar pra casa depois de um dia desses é no mínimo estressante, rotineiro demais pra mim que odeio rotinas, repetições eternas, embora seja uma desajustada cheia de manias. Desço a Avenida Comercial, passo pela Samdu e espero o sinal fechar. Ouço música, repasso mentalmente meu dia, e me dou por satisfeita de ter feito ao menos um pouco daquilo que é necessário para os próximos longos dias de dedicação. Eu olho em direção à parda de ônibus, preocupada se vou conseguir sentar. Preocupada se o ônibus vai demorar a passar.Você está logo ao lado, olhando em minha direção. Hipnotizada. Eu me movimento totalmente estática por dentro. Seus olhos azuis/verdes/cinzas/todas as cores do mundo me engolem, me sugam pra dentro de você, possuem um tom tão enigmático. Tua pele branquinha me encanta. Sua blusa bege só faz deixar você mais sereno. Eu me sento ao “teu lado”, mexo na bolsa, e olho pra você.


E você está lá, me olhando de novo, como se conhecesse cada mínimo detalhe da minha vida, da minha personalidade, das minhas manias estranhas. “eu não sei parar de te olhar...”


Mas aí eu paro, porque eu fico extremamente sem graça. Do jeito que eu sempre fico em situações assim, com todo o rubor do mundo na minha face. O meu ônibus chega... Nunca tão rápido em mil anos... Me levanto, e entro. De lá olho pra você e você me sorri com toda a sua alma, aí já não consigo mais, te jogo o sorriso que estava preso nos dentes da minha timidez. Eu me sento, e ironia ou não, o ônibus fica uns 3 minutos parado, mais uma vez nós, lado a lado.


Te olho de novo, e sinto novamente a sensação de hipnotismo. Um arrepio, um tremor por dentro, um dilúvio. O ônibus parte, e eu te acompanho até onde meus olhos alcançam.
Rapidamente eu mentalizo o desejo de um dia te ver de novo, me apegando à minha sorte de sempre desejar algo, e mais dia, ou menos dia, me deparar com aquele desejo nas minhas mãos.
Chego rápido em casa, pois o tempo sempre passa rápido quando eu fantasio. Passei todos os minutos até agora, pensando na infinidade de coisas que eu podia ter feito e não fiz. Podia ter anotado meu número e jogado no teu colo malandramente enquanto entrava no ônibus... Podia ter sido simples e puxado papo... Podia ter anotado o número bem grande na folha em branco que eu tinha na minha pasta e colado ela na janela, para que você copiasse... Ia ser bem romântico, hehe. Ou poderia descer do ônibus e ir lá conversar com você e te contar tudo o que você me causou em 10 minutos. Eu sempre me sinto assim, crucificada, quando deixo de ter a petulância que sempre tenho para tantas outras coisas, e para o amor não.


Amor? Tá louca?


Não era amor, mas foi hipnótico, assim como o amor o é. Eu só não sei se foram os meus olhos que quiseram ser hipnotizados como nunca foram. Não sei se está nos meus olhos, ou nos seus.


Mas eu sei que se fossem quaisquer outros olhos, do outro lado da rua olhariam em direção à parada de ônibus, e veriam um paraplégico, talvez bonito sim, mas ainda sim um paraplégico.


Eu não sei onde você está agora. Eu só sei que te olhei além da sua condição, sem nem saber o porquê disso. Esse texto é pra você, cujo os olhos azuis/verdes/cinzas/todas as cores do mundo me hipnotizaram ao ponto de querer estar entre eles o resto da minha vida.


Não é amor, mas é hipnótico... assim como o amor o é...



quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sente-se.

Se tuas vontades forem inconcebíveis, sente-se e espere.
Vontades vêm e vão.
É incrível como o tempo cura, sara, transforma e apaga, toda e qualquer circunstância.
E de repente, você nota a vida diferente ao seus olhos.
Torna-se então, capaz de lidar bem com teu livre arbítrio.

O próprio amor


Já aconteceu de todo mundo no mundo se sentir amando, inundado por aquela sensação gostosa, conseguindo até mesmo acreditar que aquilo jamais passaria...



Sensações e ações assim, acontecem até com certa frequência na vida; entretanto, poucos 'SEMPRE' realmente concretizam seu decreto... e é AÍ que o doloroso, o imensurável nos envolve; não para que a tortura delimite nossas ações, e sim para forçosamente nos fazer crescer. Mas isso, é muito mais uma escolha.
Caso isso não ocorra, acabos presos em nós mesmos, pois dói lidar com o sempre morto.
Quem nunca ouviu que passa? Felizmente tudo passa. Cabe a cada um de nós acelerar ou não, todo o processo... é necessário, ou melhor, é DESESPERADAMENTE preciso que as rédeas de nossas vidas estejam no lugar correto: em nossas mãos; pois o rumo a ser seguido, com todos os obstáculos e méritos que o envolvem, será suportado e vivenciado por aquele que decidir ser dono de si.
Que a morte do amor em outros, não transforme-se na descrença em todo o resto. Que os outros não carreguem consigo, para onde quer que forem, pedaços que não deveriam ter se retirado de você, e que a sua essência não se altere, sem que os seus pés tenham caminhado para isso.
Que achemos, cada um de nós, o TESOURO. O nosso tesouro, para que com isso, encontremos onde enfim, está o nosso coração.


E que dentre todos os amores, que o único amor capaz de realmente sustentar a ti, que ESTE não seja negociado.
Dentre amores e fracassos, o amor próprio certamente é a vitória sobre o amor limitado e incompleto, portanto morto. É ele o amor incondicional genuíno pelo dono das rédeas.
Não, não é possível ser perfeito, mas é possível ser COMPLETO.
Que o amor próprio se complete, e que aprendamos a lidar com as mazelas, que assumamos o controle, e que as portas para a entrega à valorização correta do nosso eu, se abram definitivamente.


Que sigamos por esta porta. (...)


E que o amor-própio, não seja confundido com egoísmo, e nem embriagado pela futilidade. E que esse amor, flua de dentro pra fora. Para que só então, batalhe para não morrer.

Compaixão

O menino de rua sentado todo sujo na calçada. O deficiente com dificuldades visíveis aos olhos de todos, ou não. Aquele ser humano com cheiro desagradável que passa por você. O bêbado que balbucia palavras sem sentido, cambaleando pelos cantos. A senhora desorientada que se esforçando para ainda participar da sociedade, acaba provocando certa lentidão em qualquer atitude cotidiana que envolva muitas pessoas. Os pedintes, que vestem a sua miséria como ganha pão. Os milhões que carecem de comida, abrigo, segurança, afago. As vítimas de desastres, acidentes, golpes. Tudo que é capaz de nos fazer sentir: pena, dó, repúdio, medo, indiferença; todos que são capazes de nos fazer sentir o nada. E por que é assim?
A mulher que muda de calçada ao ver um menino de rua. O grupo de jovens que olha com repulsa a criança com deficiências motoras. A cara de nojo que o executivo bem vestido faz, quando ao seu lado o odor vindo de um homem lhe estraga as narinas. O comentário do pai de família ao ver um bêbado nas ruas. A irritação das pessoas pela lentidão da idosa. A apatia do rapaz ao ser abordado por um pedinte. A distância que se sente entre os necessitados, e aqueles que nada precisam.
A vergonha do menino sujo, sentado na calçada e cansado de viver. A angústia que consome a menina por não ser que nem todo mundo. O desamparo que veste o homem, causando-lhe alienação tão grande, ao ponto de nem notar ou se preocupar com o próprio cheiro. Os motivos e tristezas da vida, que levam o homem a abrir mão da própria consciência. A persistência da idosa em se manter viva, ativa, e a dor que lhe consome o peito por não ser respeitada. A humilhação que reveste as mãos dos que pedem. A solidão, desesperança, desespero e sofrimento que assolam todos aqueles que não enxergam melhora para a própria condição. Tudo o que somos capazes de fazer com que sintam: vergonha, tristeza, solidão, dor, desamparo. 
Muito mais que sujos, fétidos, bêbados, deficientes, velhos, mendigos, desabrigados, são seres humanos. Com coração, cérebro, rins, estômago. Com sonhos, vontades, amor e dor. Muito mais do que um banho, comida, dinheiro, glicose na veia, eles precisam de olhares que os enxerguem. Muito mais do que pena, dó, repúdio, medo, indiferença, essas pessoas precisam de compaixão.
É colocar-se no lugar do outro, é despir-se de preconceitos e julgamentos; é ajudar, sem antes qualificar se a ajuda é ou não merecida. Compaixão não se compra, não se fabrica e nem se adquire pelas metades.  Ela não torna seus alvos inferiores, e nem seus fornecedores melhores do que já eram. 
O que muda é a percepção. São as sementes que você planta na vida, é o modo como alguém vai se sentir lá dentro, no mais profundo do seu ser.  Compaixão é enxergar que todos somos, no mínimo semelhantes e no máximo, iguais.
E como diria Arthur Schopenhauer, “O destino é cruel e os homens precisam de compaixão”, ou ainda Joseph Joubert, “Só pela compaixão se pode ser bom”. Na minha simples opinião, ter compaixão é se fazer digno dela,é reconhecer que cada uma dessas pessoas, não são mais e nem menos que você, reles mortal. Afinal, vamos todos para o mesmo buraco. Feder juntos. Eu, você, aquela pessoa que em seu íntimo você despreza e julga. 
 Uma salva de palmas para a nossa condição!!!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ofuscação


Ia postar um texto que eu escrevi, novamente, tem um tempinho. Mas do nada não to conseguindo copia-lo aqui. E realmente seria muito improvável que hoje eu optasse por 're' digita-lo. Então, o que improvisar?


Rs.




Vejo tantas pessoas sem paz por ai. Vejo tanta gente que não consegue acertar o próprio eixo, e vive debruçado sobre a linha fina e tênue que separa você, do 'mundo lá fora'. Vejo tanta gente que conhece um pouco de tudo, e muito de nada. Vejo tanta gente que é ruim. Não apenas as vejo, como também as sinto. Eu sinto. Sinto os olhares indiferentes. Sinto nos comentários que ouço. Sinto na história de outras pessoas. Sinto em minha própria pele. Sinto também o sentimento de impotência diante de tantas coisas perversas.
O que fazer com a inveja alheia?
O que dizer ao assassino?
Como se comportar diante de alguém injusto?
Como saber se essas pessoas tem consciência de suas atitudes, ou se são que são sem saberem que o são?
Como agir diante de tantos comportamentos torpes e indesejáveis?
Mais ainda, como ter certeza de que eu não seja digna de monstruosidades? Serei eu o monstro na vida de alguém?
Quanta bestialidade. Quanta inveja. Quanta injustiça. Quanta desonra. Como não retornar ao questinamento sobre o que fazer sobre isso?

Mas esse não é o intuito. Criar soluções, digo.

Quem são as pessoas que vivem com dignidade, se importam com os outros, não cobiçam, não odeiam, não desejam o mal, que conseguem criar um espaço próprio sem invadir os dos outros. Que vivem sua própria vida, que falam de seus assuntos, que (...).

Quem são essas pessoas que veem prazer no mal, que gostam e desejam o pior, que observam o próximo apenas para julgar, que crescem pisando nos outros, que não poupam a língua feroz, que (...).

Se todas as coisas ruins, são obvimente contrárias às práticas do amor, presumo que não a única, mas a principal coisa a se fazer para tornar os efeitos menores, é agir com a indiferença. E não é tornar-se alheio ao mundo. E não é optar por fazer vista grossa. É 'dar a volta' por cima do lixo que pode vir a ser derramado sobre os seus pés. Porque em absoluto, todas essas pessoas não merecem que também a nossa vida pare por elas, já que as mesmas escolheram paralizar a delas, para tentar ofuscar a nossa.



Até que saiu algo legal. Eu que não escrevia a alguns meses, talvez ainda leve jeito.

Escravo da dependência


Esse texto, foi escrito ha muito tempo, no início de 2008.


Tu és o sentimento mais concreto e frágil que pode habitar o homem; és o sentimento firme, forte e delicado que pode nos envolver.
A quem devemos amar?
Nos ensinaste que isso não se escolhe.
A quem devemos dar o nosso amor?
Não importa, se a pessoa errada vir, vai dominar seu coração, por mais escondido que se possa estar. Amor é feito de proibições eternas. É persistente, aparentemente indomável.
Não és tão incontrolável assim; entretanto, conseguiste determinar escolhas capazes de definir o teu rumo em nós.
Rejeite o amor! Sofra, arrependa-se, chore, queira voltar atrás, seja marcado pela lembrança de um amor fracassado, console-se com o sentimento de ter feito a escolha correta, durma em paz; dê sorrisos falsos.
Acolha o amor! Alimente-o, sinta-o crescer no peito, sorria, seja julgado, questionado, condenado. Encontre-se em paz com o seu eu, mesmo que essa paz seja injusta.
O que queremos? O que tu queres de nós?
Já não basta a dor das rejeições passadas, agora tu me invades e me persegues com a tua presença em grande excesso?
Oh Amor!
Jamais lhe compreenderei! Onde estará teu freio, afinal?
Julgo-me incapaz de determinar teu rumo, deixo então, que os trilhos corram soltos, ora rejeitando-o, ora acolhendo-o; reconheço o ciclo vicioso, torno-me assim, escravo da dependência de ti. Ó sentimento de controvérsias, idas, vindas, aconchego e solidão.
O que tu és?
Tu és o sentimento mais concreto e frágil que pode habitar o homem; és o sentimento firme, forte e delicado que pode nos envolver.
Percebes?
Entrego-me ao ciclo, novamente.

terça-feira, 29 de junho de 2010

' Placa de aço


A música toca alto, tão alto que não sou capaz de ouvir meus pensamentos direito. A batida soa intensa, confundindo-se com as batidas do meu coração. Carla Bruni canta que o amor não é pra mim, e eu sinceramente acredito na voz bonita dela. Mas não! Meu espírito contraditório de criança logo grita que sim, o amor é para todos. E eu grito de volta dizendo que se o que eu sou é uma imensa placa de aço, o amor vem, bate e volta. Quantas mil vezes daremos chances e mais chances, e veremos todas essas oportunidades refrearem-se diante de mal-entendidos, palavras erradas, momentos errados e boas intenções? Como voz que clama no deserto, sem jamais ser ouvida; como flor que seca até morrer de tanta sede, assim está a minha alma, embriagada pelos fantasmas que insistem em me roubar tudo que imagino possuir. O que pensei é que minha alma doente poderia ser cura para a sua alma doente, e a sua alma doente poderia mostrar para a minha que a vida é bonita sim senhor. Mas já não sei se meus pensamentos, a batida, a placa de aço e a nossa alma vão cooperar para que o amor não apenas exista, mas sobreviva.