quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Só eu.

Será que só em mim impera a saudade? Será que só eu demoro a pegar no sono a noite sentindo que dormiria tão melhor enrolada em ti? Só no meu rosto escorrem lágrimas quentes e apenas em meu peito martela um coração que quis e ainda quer tanto ser seu?
Quantas águas geladas tomarei sem doer meu estômago? Preferia quando elas me afogavam, saindo pelo nariz e me matando de rir.
Só eu te procuro nas ruas, nos restaurantes, na minha memória? E ao mesmo tempo engulo em seco com medo de esbarrar contigo?
Só eu tenho diversas expressões suas guardadas e impressas no fundo dos meus olhos? Só eu sinto medo de que elas se apaguem com o tempo?
De todas as coisas boas que eu poderia sentir falta, o diálogo reina. Sou a única que não acha fácil assim me abrir pras outras pessoas como era me abrir pra você? Sou a única que sente saudades da sua voz e de contar como foi o meu dia?
O cheiro. Só eu estou sedenta por ele?
Eu sou a que sente saudades do que nunca vivi, da viagem que não aconteceu, dos lugares que não fomos, do cotidiano que não vivemos, do bem que eu quis tanto e não pude te fazer, de todos os anos da minha vida que quis te dar;  só eu sinto isso?
Coube só a mim acordar injuriada porque nem eu meus sonhos você deixou de aparecer?
Qual o propósito de conhecer a pessoa mais incrível da sua vida se você não pode estar com ela?

A saudade, o sofrimento e o medo, os sentimentos mais solitários que existem.
E eu? Eu estou profundamente só.

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