Eu me afligia demais com a realidade de não poder fazer nada pra mudar os outros. De não conseguir abrir-lhe os olhos. Isso acabava me colocando em função de algo ou de alguém, por 20 anos na minha vida. Nasci assim. Me lembro da menina de 6 anos que falava pra mãe que ela TINHA que parar de beber, que ela tinha que isso ou aquilo. Me lembro da adolescente de 13 que queria convencer as pessoas que elas tinham que abrir espaço pros outros, que queria convencer a família a mudar tal rotina, ou da mulher que queria chegar na vida dos seus amigos promovendo as mesmas mudanças que eu tenho prazer em promover em mim, até mesmo quando dói. Eu sempre quis melhorar a vida de todo mundo, eu sempre quis me colocar à disposição de ser pau pra toda obra de transformação e autocrítica. Mas o peso desse tipo de ação e a frustração de muitas vezes tomar na cara por pagar o preço de uma coisa que não vem, por apostar em cavalos mancos, quase me tira o ânimo de continuar vivendo com alegria.
Agora eu me regozijo do fardo levíssimo de perceber que não será EU que pode gerar mudanças em ninguém. Que muitas vezes não haverá nada que eu possa fazer. E não poder fazer nada é assustador no início, estranhamente libertador no final. Cada um faz suas escolhas, e pra pior ou pra melhor é obrigado a viver com elas, pra sempre.
Cabe a mim cuidar das minhas próprias e ajudar quem quer ser ajudado. Nada mais. Para todas as pessoas que vivem com a melhor das intenções pra ajudar os outros, calma, espera, deixe que elas sinalizem que querem, e principalmente: não dependa tanto disso pra ser feliz. É impossível ser feliz sozinho, e mais impossível ainda é ser feliz dependendo de todo mundo.
Cabe a mim cuidar das minhas próprias e ajudar quem quer ser ajudado. Nada mais. Para todas as pessoas que vivem com a melhor das intenções pra ajudar os outros, calma, espera, deixe que elas sinalizem que querem, e principalmente: não dependa tanto disso pra ser feliz. É impossível ser feliz sozinho, e mais impossível ainda é ser feliz dependendo de todo mundo.
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