quarta-feira, 28 de julho de 2010

Desapego?

A maior virtude do ser humano é a capacidade de amar, pois dentre todos os sentimentos, o amor é o maior; é ele quem governa. É o amor que tudo pode, que tudo espera, tudo sara, tudo transforma. É o amor que nos mantem vivos.



Só o amor permite chances e recomeços, só ele possibilita o perdão. Sem ele, não existe harmonia,pares, muito menos genuinidade.
Sem o amor, não existiria compaixão, zelo, apego, caridade, morte de cruz.
O amor sacrifica, o amor ampara, o amor cuida, o amor transpõe barreiras.


Todos amaram, amam, ou amarão, mas nem todo amor é o verdadeiro, legítimo e incondicional; pois até o maior dos sentimentos, sofreu plágio, foi posto em segundo plano ou condicionado á motivações erradas. Pois assim como a maior virtude do ser humano é amar, a pior capacidade do mesmo é não respeitar o amor. Amor é respeito, e falta de respeito, é falta de amor. Verdadeiramente, nos falta amor. Seja por nós mesmos, ou pelo próximo. Falta amor, e sobra desapego.
Verdadeiramente, amor, nos falta você...'

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Buscareis e Achareis?

Procura-se.



Procuram-se palavras sinceras, procuram-se sorrisos verdadeiros. Procuram-se gestos genuínos, corações humildes e abraços carinhosos. Procuram-se homens cavalheiros, procuram-se mulheres recatadas. Procura-se paz sem repressão, juventude sem desesperança, liberdade sem libertinagem, glória sem corrupção, velhice sem abandono, evolução sem frieza, conquistas sem mortes, olhares sem inveja. Procuram-se famílias unidas, pais companheiros, filhos presentes. Procura-se comida caseira, casa tranqüila e roupa limpa. Procura-se o verde, o colorido, o natural. Procuram-se amizades duradouras, amores fiéis, amizades fiéis, amores duradouros. Procura-se compaixão, apego e gentileza. Procura-se respeito, segurança e tranqüilidade. Procuram-se boas músicas, bons filmes e boas intenções. Procuram-se bocas que falam, ouvidos que ouvem, olhos que vêem, mãos que tocam, corações que sentem, mentes conscientes. Procuram-se plantas extintas, animais extintos, seres humanos extintos. Procura-se a fé, a honestidade; procuram-se sonhos. Procura-se.


Aquele que procura, acha?

domingo, 4 de julho de 2010

Entendo bem...

... o peso da derrota, a acidez de uma lágrima, o sorriso alheio que não me cabe; a dor de levantar e não saber como se manter de pé. Aprecio a beleza do simples, a complexidade do natural, aquilo que é feio, as vezes me é bonito, e vice-versa. Saver ser aquele ser humano intenso, intrigante, belo; imperfeito, porém profundamente bom naquilo que faz. Sei animar o ambiente, comover quem me ouve, consolar quem procura meu afago. Eu quero o bem, o melhor, o brilho de cada manhã. Me choco constantemente, com a falta de zelo, reconhecimento, estima e consideração da maioria; talvez por me doar muito; e por isso, vivo nesse mundo, me esquivando de todos os percalços que aparecem. Na busca incessante pela calma e pela paz que mereço. Assim sendo, cair é permitido, mas render-se é absolutamente inaceitável. Por fim, sou um ser humano, amo, sofro, reconstruo. E mais ainda, aprendi a aceitar a minha singularidade. Entendo bem;
Entendo bem o que você sente... ~

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Feminina


Pode uma mulher sujeitar-se a todas as críticas que lhe fazem? Pode ela ceder a todas as exigências e responder à todas as expectativas? Pode? Ou mais ainda, pode uma mulher não conhecer a si mesma o suficiente ao ponto de viver em concordância com modelos alheios? Portando máscaras indubitáveis? Poderia ela cair e jamais reerguer-se ? Poderia ela desistir frente a todos os obstáculos? Qualquer mulher facilmente pode ser assim, desde que traga a sua fragilidade natural, pra dentro da alma, tornando-se de uma pequenez incrível. Não sou capaz de ser essa mulher. E embora não possa afirmar com veemência exatamente tudo aquilo de que sou capaz, posso garantir que sou e tento ser o melhor que poderia, diferente e nova todos os dias, sem necessariamente entrar em acordo contigo, e com aquilo que você julga ou não aceitável. Porquê além de ser mulher e conviver com todos os possíveis hormônios (e são milhares), me dou ao luxo de usar o meu livre arbítrio, e ser um humano único.

Os olhos azuis/verdes/cinzas/todas as cores do mundo


Um dia cansativo.
Cumprir as obrigações deixa um gostinho na alma de satisfação, mas também traz uma fadiga dos infernos. Voltar pra casa depois de um dia desses é no mínimo estressante, rotineiro demais pra mim que odeio rotinas, repetições eternas, embora seja uma desajustada cheia de manias. Desço a Avenida Comercial, passo pela Samdu e espero o sinal fechar. Ouço música, repasso mentalmente meu dia, e me dou por satisfeita de ter feito ao menos um pouco daquilo que é necessário para os próximos longos dias de dedicação. Eu olho em direção à parda de ônibus, preocupada se vou conseguir sentar. Preocupada se o ônibus vai demorar a passar.Você está logo ao lado, olhando em minha direção. Hipnotizada. Eu me movimento totalmente estática por dentro. Seus olhos azuis/verdes/cinzas/todas as cores do mundo me engolem, me sugam pra dentro de você, possuem um tom tão enigmático. Tua pele branquinha me encanta. Sua blusa bege só faz deixar você mais sereno. Eu me sento ao “teu lado”, mexo na bolsa, e olho pra você.


E você está lá, me olhando de novo, como se conhecesse cada mínimo detalhe da minha vida, da minha personalidade, das minhas manias estranhas. “eu não sei parar de te olhar...”


Mas aí eu paro, porque eu fico extremamente sem graça. Do jeito que eu sempre fico em situações assim, com todo o rubor do mundo na minha face. O meu ônibus chega... Nunca tão rápido em mil anos... Me levanto, e entro. De lá olho pra você e você me sorri com toda a sua alma, aí já não consigo mais, te jogo o sorriso que estava preso nos dentes da minha timidez. Eu me sento, e ironia ou não, o ônibus fica uns 3 minutos parado, mais uma vez nós, lado a lado.


Te olho de novo, e sinto novamente a sensação de hipnotismo. Um arrepio, um tremor por dentro, um dilúvio. O ônibus parte, e eu te acompanho até onde meus olhos alcançam.
Rapidamente eu mentalizo o desejo de um dia te ver de novo, me apegando à minha sorte de sempre desejar algo, e mais dia, ou menos dia, me deparar com aquele desejo nas minhas mãos.
Chego rápido em casa, pois o tempo sempre passa rápido quando eu fantasio. Passei todos os minutos até agora, pensando na infinidade de coisas que eu podia ter feito e não fiz. Podia ter anotado meu número e jogado no teu colo malandramente enquanto entrava no ônibus... Podia ter sido simples e puxado papo... Podia ter anotado o número bem grande na folha em branco que eu tinha na minha pasta e colado ela na janela, para que você copiasse... Ia ser bem romântico, hehe. Ou poderia descer do ônibus e ir lá conversar com você e te contar tudo o que você me causou em 10 minutos. Eu sempre me sinto assim, crucificada, quando deixo de ter a petulância que sempre tenho para tantas outras coisas, e para o amor não.


Amor? Tá louca?


Não era amor, mas foi hipnótico, assim como o amor o é. Eu só não sei se foram os meus olhos que quiseram ser hipnotizados como nunca foram. Não sei se está nos meus olhos, ou nos seus.


Mas eu sei que se fossem quaisquer outros olhos, do outro lado da rua olhariam em direção à parada de ônibus, e veriam um paraplégico, talvez bonito sim, mas ainda sim um paraplégico.


Eu não sei onde você está agora. Eu só sei que te olhei além da sua condição, sem nem saber o porquê disso. Esse texto é pra você, cujo os olhos azuis/verdes/cinzas/todas as cores do mundo me hipnotizaram ao ponto de querer estar entre eles o resto da minha vida.


Não é amor, mas é hipnótico... assim como o amor o é...



quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sente-se.

Se tuas vontades forem inconcebíveis, sente-se e espere.
Vontades vêm e vão.
É incrível como o tempo cura, sara, transforma e apaga, toda e qualquer circunstância.
E de repente, você nota a vida diferente ao seus olhos.
Torna-se então, capaz de lidar bem com teu livre arbítrio.

O próprio amor


Já aconteceu de todo mundo no mundo se sentir amando, inundado por aquela sensação gostosa, conseguindo até mesmo acreditar que aquilo jamais passaria...



Sensações e ações assim, acontecem até com certa frequência na vida; entretanto, poucos 'SEMPRE' realmente concretizam seu decreto... e é AÍ que o doloroso, o imensurável nos envolve; não para que a tortura delimite nossas ações, e sim para forçosamente nos fazer crescer. Mas isso, é muito mais uma escolha.
Caso isso não ocorra, acabos presos em nós mesmos, pois dói lidar com o sempre morto.
Quem nunca ouviu que passa? Felizmente tudo passa. Cabe a cada um de nós acelerar ou não, todo o processo... é necessário, ou melhor, é DESESPERADAMENTE preciso que as rédeas de nossas vidas estejam no lugar correto: em nossas mãos; pois o rumo a ser seguido, com todos os obstáculos e méritos que o envolvem, será suportado e vivenciado por aquele que decidir ser dono de si.
Que a morte do amor em outros, não transforme-se na descrença em todo o resto. Que os outros não carreguem consigo, para onde quer que forem, pedaços que não deveriam ter se retirado de você, e que a sua essência não se altere, sem que os seus pés tenham caminhado para isso.
Que achemos, cada um de nós, o TESOURO. O nosso tesouro, para que com isso, encontremos onde enfim, está o nosso coração.


E que dentre todos os amores, que o único amor capaz de realmente sustentar a ti, que ESTE não seja negociado.
Dentre amores e fracassos, o amor próprio certamente é a vitória sobre o amor limitado e incompleto, portanto morto. É ele o amor incondicional genuíno pelo dono das rédeas.
Não, não é possível ser perfeito, mas é possível ser COMPLETO.
Que o amor próprio se complete, e que aprendamos a lidar com as mazelas, que assumamos o controle, e que as portas para a entrega à valorização correta do nosso eu, se abram definitivamente.


Que sigamos por esta porta. (...)


E que o amor-própio, não seja confundido com egoísmo, e nem embriagado pela futilidade. E que esse amor, flua de dentro pra fora. Para que só então, batalhe para não morrer.

Compaixão

O menino de rua sentado todo sujo na calçada. O deficiente com dificuldades visíveis aos olhos de todos, ou não. Aquele ser humano com cheiro desagradável que passa por você. O bêbado que balbucia palavras sem sentido, cambaleando pelos cantos. A senhora desorientada que se esforçando para ainda participar da sociedade, acaba provocando certa lentidão em qualquer atitude cotidiana que envolva muitas pessoas. Os pedintes, que vestem a sua miséria como ganha pão. Os milhões que carecem de comida, abrigo, segurança, afago. As vítimas de desastres, acidentes, golpes. Tudo que é capaz de nos fazer sentir: pena, dó, repúdio, medo, indiferença; todos que são capazes de nos fazer sentir o nada. E por que é assim?
A mulher que muda de calçada ao ver um menino de rua. O grupo de jovens que olha com repulsa a criança com deficiências motoras. A cara de nojo que o executivo bem vestido faz, quando ao seu lado o odor vindo de um homem lhe estraga as narinas. O comentário do pai de família ao ver um bêbado nas ruas. A irritação das pessoas pela lentidão da idosa. A apatia do rapaz ao ser abordado por um pedinte. A distância que se sente entre os necessitados, e aqueles que nada precisam.
A vergonha do menino sujo, sentado na calçada e cansado de viver. A angústia que consome a menina por não ser que nem todo mundo. O desamparo que veste o homem, causando-lhe alienação tão grande, ao ponto de nem notar ou se preocupar com o próprio cheiro. Os motivos e tristezas da vida, que levam o homem a abrir mão da própria consciência. A persistência da idosa em se manter viva, ativa, e a dor que lhe consome o peito por não ser respeitada. A humilhação que reveste as mãos dos que pedem. A solidão, desesperança, desespero e sofrimento que assolam todos aqueles que não enxergam melhora para a própria condição. Tudo o que somos capazes de fazer com que sintam: vergonha, tristeza, solidão, dor, desamparo. 
Muito mais que sujos, fétidos, bêbados, deficientes, velhos, mendigos, desabrigados, são seres humanos. Com coração, cérebro, rins, estômago. Com sonhos, vontades, amor e dor. Muito mais do que um banho, comida, dinheiro, glicose na veia, eles precisam de olhares que os enxerguem. Muito mais do que pena, dó, repúdio, medo, indiferença, essas pessoas precisam de compaixão.
É colocar-se no lugar do outro, é despir-se de preconceitos e julgamentos; é ajudar, sem antes qualificar se a ajuda é ou não merecida. Compaixão não se compra, não se fabrica e nem se adquire pelas metades.  Ela não torna seus alvos inferiores, e nem seus fornecedores melhores do que já eram. 
O que muda é a percepção. São as sementes que você planta na vida, é o modo como alguém vai se sentir lá dentro, no mais profundo do seu ser.  Compaixão é enxergar que todos somos, no mínimo semelhantes e no máximo, iguais.
E como diria Arthur Schopenhauer, “O destino é cruel e os homens precisam de compaixão”, ou ainda Joseph Joubert, “Só pela compaixão se pode ser bom”. Na minha simples opinião, ter compaixão é se fazer digno dela,é reconhecer que cada uma dessas pessoas, não são mais e nem menos que você, reles mortal. Afinal, vamos todos para o mesmo buraco. Feder juntos. Eu, você, aquela pessoa que em seu íntimo você despreza e julga. 
 Uma salva de palmas para a nossa condição!!!