sábado, 27 de abril de 2013

Sobre o vício de querer melhorar o mundo. (os outros)


Eu me afligia demais com a realidade de não poder fazer nada pra mudar os outros. De não conseguir abrir-lhe os olhos. Isso acabava me colocando em função de algo ou de alguém, por 20 anos na minha vida. Nasci assim. Me lembro da menina de 6 anos que falava pra mãe que ela TINHA que parar de beber, que ela tinha que isso ou aquilo. Me lembro da adolescente de 13 que queria convencer as pessoas que elas tinham que abrir espaço pros outros, que queria convencer a família a mudar tal rotina, ou da mulher que queria chegar na vida dos seus amigos promovendo as mesmas mudanças que eu tenho prazer em promover em mim, até mesmo quando dói. Eu sempre quis melhorar a vida de todo mundo, eu sempre quis me colocar à disposição de ser pau pra toda obra de transformação e autocrítica. Mas o peso desse tipo de ação e a frustração de muitas vezes tomar na cara por pagar o preço de uma coisa que não vem, por apostar em cavalos mancos, quase me tira o ânimo de continuar vivendo com alegria. 


Agora eu me regozijo do fardo levíssimo de perceber que não será EU que pode gerar mudanças em ninguém. Que muitas vezes não haverá nada que eu possa fazer. E não poder fazer nada é assustador no início, estranhamente libertador no final. Cada um faz suas escolhas, e pra pior ou pra melhor é obrigado a viver com elas, pra sempre. 
Cabe a mim cuidar das minhas próprias e ajudar quem quer ser ajudado. Nada mais. Para todas as pessoas que vivem com a melhor das intenções pra ajudar os outros, calma, espera, deixe que elas sinalizem que querem, e principalmente: não dependa tanto disso pra ser feliz. É impossível ser feliz sozinho, e mais impossível ainda é ser feliz dependendo de todo mundo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Quando eu descobri que não me amava.


Eu poderia gastar toda a minha energia dizendo onde errei, poderia passar a vida sendo negativa ao meu respeito. Realmente sei coisas horríveis sobre mim. Mas enfim, amanheceu. 
Enfim uma luz no fim do túnel surgiu, e eu comecei a me dar conta da mulher incrível, forte, bela e esplêndida que existia dentro de mim, apenas esperando que a criança mimada que governava meu pensar amadurecesse e acordasse pra viver os melhores anos da nossa vida: a juventude.
A montanha do amor próprio é íngreme, mas ela é o princípio de uma vida realmente plena, realmente verdadeira e realmente REAL. Eu te desafio a começar a olhar pra dentro de você e pra fora da realidade que você vive, e começar a atingir níveis de mentalidade que lhe permitam ver essa aurora surgir nos seus pensamentos mais obscuros. Eu lhe desafio a decidir se amar. Sem fingir, sem máscaras, se amar até quando você está ali sozinha no teu quarto, repousando a cabeça no travesseiro. Se amar até quando você erra, até quando você se trai. É começar a se tratar com carinho, com paciência e principalmente com tolerância. Dói tanto admitir que não nos amamos. É assustador assumir que você mesmo não se aceita. Mas essa mesma dor, essa mesma angústia massacrante é o impulso pro começo da primeira história de amor que você precisa viver com um ser humano na vida: consigo mesmo. Quando e como você poderia desejar ser feliz se não entrar em simbiose e concordância com seu próprio eu? Até quando nos veremos pelo reflexo dos outros? Essa não é a vida que Deus sonhou pra ninguém. Eu decidi que de todas as coisas que eu poderia fazer pra acabar comigo, a mais forte e a mais impactante delas foi me acolher, me amar e me querer quando eu já não era capaz de sequer fingir amor por mim. Quando eu devia me acusar e me culpar, eu quebrei a mim mesma me colocando nos braços e me permitindo ser. Ser oquê? Ser eu... 

Mulher virtuosa, quem a achará?