segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E eu sou aprendiz...


Segundo Aurélio:
Aprender
01. Ter noção ou conhecimento de; saber.
02. Ser muito versado em; saber bem.
03. Ter relações ou convivência com.
05. Reconhecer.
06. Apreciar, avaliar.
07. Ter experimentado (algo).
08. Ter estado em (certo lugar).
09. Ter grande saber, ou competência.
10. Ser consciente de si mesmo, dos seus valores e limitações.


Talvez a capacidade de aprender, seja a que primordialmente nos diferencia da grande maioria dos animais. E mais ainda, a capacidade de continuar aprendendo constante e incessantemente durante a vida é o que nos separa definitivamente do restante de todas as outras ‘coisas’.
É baseando-me nos diversos ganchos descritos pelo Aurélio que desenvolvo esse escrito.


APRENDER É...


Ter noção ou conhecimento de que a primeira coisa que se deve saber é que não sabemos tudo e nem nunca saberemos. Ter noção de que o próximo precisa ser respeitado e levado em consideração. Ter noção de que o egoísmo é a principal ‘coisa’ que não leva a nada, a não ser à própria solidão e melancolia. Ter o conhecimento de que nada é em vão, e tudo pode servir de – olha que coincidência – de aprendizado.
Ser muito versado em matéria de gratidão, porque quem não é grato pelas lições que vivencia é – honestamente – incapaz de absorver por inteiro o que se pode apreender das coisas que vivemos. Ser muito versado em descobrir novos caminhos e rumos para o mesmo fim. Cada um de nós tem resistências e modos diferentes de enfrentar e sustentar os fardos, e só descobrindo formas alternativas e pessoais para trilhar o aprendizado. Saber bem que é preciso humildade, abaixar a crista é imprescindível para quem quer fazer valer a experiência da vida. É saber bem que nem tudo vem de primeira, e que persistência é pré-requisito.
Aprender é ter relações e convivência com os mais diversos e variados tipos de pessoas. “É tornar menos específico - o tal ‘filtro social’ -, porque ‘nem só de pessoas cordiais e bondosas viverá o homem” – kkkkk – Não entendeu? Explico. É claro que todos nós gostaríamos de viver em harmonia. Mas até com a ‘pior criatura’ devemos estar abertos a absorver conhecimento. Quem não convive não aprende. Ninguém nasceu pra ser só, e nada é possível e pleno em completo isolamento. Portanto, relacione-se. Quase que simultaneamente isso incluirá em sua bagagem, o compartilhamento das bagagens – que é a fonte da sabedoria.
Aprender é reconhecer. Reconhecer os erros, reconhecer os equívocos. Reconhecer a ignorância. Reconhecer os deslizes e desacertos. A partir do momento que nos abrimos ao reconhecimento, nos colocamos a mercê da inteligência e do olhar clínico sobre tudo. Aquele que reconhece, tem a oportunidade de ser consciente em seus passos e decisões; bem como maior chance de ter mais acertos que erros. Sem contar que os reconhecedores não são movidos pelo veneno do orgulho, tão logo aprenderam a se posicionar como detentores de suas rédeas, errantes e não vítimas. Ora! Aprender é se expor! E quem se expõe tem coragem de reconhecer-se e reconhecer o mundo que o cerca.
Aprender também é avaliar o que é oferecido. Não tem jeito, tolo é quem vive achando que a vida não é feita de escolhas e sim de andar trôpego deixando tudo acontecer. Não. Avaliar é estar em estado constante de alerta emocional e racional, ou em simples palavras, estar apto a aprender. Quer aprender? Aprenda primeiro a avaliar. Saia da impulsividade e treine sua mente.
Aprecie! Nada mais delicioso para a alma e para o ego do que apreciar uma vitória – e indiretamente – um aprendizado. Preciso reforçar? Pois bem: quem não sabe apreciar – o que quer que seja – é cego. E não digo que não é possível aprender de alma (olhos) fechada, mas garanto, é imensamente mais complexo.
Aprende quem já tenha experimentado dor, sofrimento, agonia e dúvida. Experiências ruins são aquelas que nos moldam. Aprende quem já tenha caído e tido forças, coragem e dignidade de se levantar. Aprende quem tenha experimentado curtir fossa também. Enfim! Aprende quem EXPERIMENTA, quem ABRE, ESCANCARA, EXPÕE o peito pra fora e torna-se disponível!
A descrição 8. diz: APRENDER É... Ter estado em (certo lugar). – eu digo que é ter estado no coração das pessoas. Ter estado em seus momentos de luta, desespero e desamparo. É ter estado presente no mundo de quem te cerca. É também viajar, é vivenciar, é aventurar-se.
Aprender é ter grande saber e competência. É necessário destrinchar mais? Não. Recuso-me.


E por fim, é ser consciente de si mesmo, dos seus valores e limitações.
Aprender é que nem plantio! Palavras e experiências são sementes, o solo é sua vida. Conselhos são fertilizantes, as lágrimas por vezes regam, mas a humildade também serve. Tenha em mente que o solo pode estar seco, cheio de espinhos, e o agricultor é você!
E não se prenda às ervas daninhas, para os males desse mundo há o perdão. E quando este não resolve, há o livre arbítrio, que lhe permite optar o que se quer em teu arado!
Aprender é...
É entender de uma vez por todas que ninguém é igual a ninguém. Que você não é insubstituível, que as pessoas vão sim magoar-te – mesmo sem querer – e que faz parte do aprendizado cometer umas mancadas. Que você também vai magoar, e que com a mesma força que julgar, será julgado. Aprender é viver. E só vive quem aprende!
Do contrário, se você chegou até aqui em sua vida, e nada aprendeu... Eis aqui o retrato de um zumbi! Ser humano tu não podes ser...

APRENDA! APRENDA A VIVER!











sábado, 25 de dezembro de 2010

SOBERANA.



Apenas para deixar declarada a minha indignação frente a todas as situações as quais fui submetida a viver, sem de fato merecer é que registro os meus indigestos.
Por todas as palavras (mal) ditas, que simplemente 'entraram queimando e sairam dilacerando'.
Por todas as acusações falsas, cheias de maldade e sem pé ou cabeça.
Por todos os momentos em que, (burra), estive em sua mão, sendo sutilmente conduzida a ter as reações certas, que de certas nada tinham. Só serviam para me deixar mais nua.
Porque é assim q estou. Larguei todas as minhas roupas pelo caminho.
Primeiramente retirei os meus calçados. E eles representavam minha proteção e segurança.
Retirei o meu casaco, e ele era a bagagem que eu tinha das experiências passadas, que me servia de fonte aquecedora para saber o que fazer com situações similares.
Retirei minhas meias, e elas eram a proteção contra a sujeira dos terrenos áridos que as vezes passamos. Ela me protegia dos espinhos, das pedras e farpas.
Em seguida,fui obrigada a tirar minhas calças. E elas eram minha vergonha na cara.
Sem vergonha na cara, ficou mais fácil passar por tudo.
Quando achava que ok, já estava bom, minha blusa foi rasgada de mim. E ela, bom... elas eram a minha dignidade. A dignidade que me era necessária nas horas em que eu precisava me revoltar. Sem dignidade eu me tornei passiva.
Assim, caminhando seminua pela vida, sem bagagens, sem segurança ou proteção, sem vergonha na cara e dignidade eu sentia frio e solidão.
Chegou num ponto em que minhas vestes íntimas me foram exigidas. E foi ai, nesse ponto, que eu me despi do amor próprio. E sem ele ... sem ele eu já não era ninguém.
Caminhando nua, me sujei. Me sujei de humilhações.
Me feri. Me feri por causa do descaso.
Caminhando nua senti frio. O frio da rejeição.
Caminhando nua senti vergonha. A vergonha do desafeto.
E caminhando nua passeei diante de um espelho. E senti horror, desespero, descrença e... VERGONHA NA CARA.
Em algum lugar desnudo ela ainda existia.


Entrei em alerta. Como fui ficar assim?
Como?
e aí......
E percebi a única peça que ainda existia, que nem peça era. Percebi que meu rosto continuava limpo, e meus cabeços sedosos.
E foi ai que sussuram em meus ouvidos: pelo menos vc ainda tem a soberania. Use-a para sair dessa.

E é isso que lentamente eu faço.

Sou soberana à essa situação, pelo simples fato de ser capaz de absorver o aprendizado que dela posso tirar.
E eis aqui: nunca mais, nada e nem ninguém nessa vida, vai me despir das minhas armas de defesa, que garantem não só o meu bem estar, mas o meu preparo diante desse mundo, covil de cobrar (des) humanas, que na sua grande parte, pouco se importam com o outro. Buscam apenas o seu bel prazer.
Eis aqui a minha soberania.
Ei, eu não te pertenço mais

Para o homem da minha vida.


Ao homem da minha vida.
É... Eu sei que ao pensar em você, vou suspirar e sentir orgulho. Sei não, eu sinto.  Entre nós existirá um quê de “nossa, você é demais!”. Pois eu sei que eu preciso pensar isso sobre alguém. Eu sei que você será o homem mais carinhoso do mundo, e sei que ser carinhoso comigo te dará satisfação.
Seremos cúmplices, e eu vou sentir frio na barriga ao perceber que até o meu olhar você consegue interpretar. Desde já quero dizer como eu admiro você ser assim – tão bom em me ouvir. Você mais do que ninguém vai saber que se eu não me expressar, viro uma chata.
Você vai abrir a porta do carro pra mim, e estacionar o carro em lugares improváveis só para que eu não pegue chuva. Vai puxar a cadeira. Você vai rir da minha cara de poucos amigos, e quebrar minha raiva com um gesto de carinho, porque ah! Você é o meu cara! Logo, é você a pessoa que eu sempre quis: o homem que me deixará envergonhada de ser grossa, e, por conseguinte, me fará ser assim, aberta, gentil. Porque é disso que eu sempre precisei: alguém que me inspirasse a ser delicada; alguém que me tirasse a necessidade de me armar.
O que mais vou gostar entre nós, é a ausência de fingimentos. Não precisaremos fingir nada um pro outro, não haverá a necessidade de omitir ou mascarar sensações e opiniões. Com você a verdade poderá ser dita, com você o amanhã é tarde demais para resolver um problema.
Não precisarei sentir medo de perder você. Nós não seremos o tipo de casal que age como se não se preocupasse um com o outro.
Você vai comigo aos eventos da minha família, e me surpreenderá pedindo para ficarmos um pouco mais. Você vai ficar amigo dos meus amigos, e isso me fará sentir mais orgulho ainda de você: você é maduro e não enfrenta as outras pessoas da minha vida como seus oponentes.
Já te contei como o seu sorriso é lindo? E é sobre ele que comentarei abobalhada com as minhas amigas mais próximas. Aliás, é o seu senso de humor que me fisgou. Quando penso em você, penso em seguida “Nossa, finalmente um homem com quem eu posso ser irônica, sarcástica e má”.
Eu sei que entre nós reinará a paz. E que brigas serão raras, e até gostosas quando a reconciliação chegar. Sei que você não elevará a voz – talvez só um pouquinho – e jamais, em hipótese alguma, dirá coisas para me humilhar. O respeito será sua maior virtude.
Nós iremos a diversos lugares, viajaremos muito, nos meteremos em aventuras e gargalharemos do mundo.
Você será gentil comigo quando eu chegar cansada dos meus plantões, e mesmo que já esteja dormindo, vai despertar nem que seja apenas para um beijo na testa, ou um gesto que mostre “querida, eu percebi que você chegou”. Aliás, mesmo que nem sempre, você vai gostar de ouvir minhas histórias sobre o tudo que acontece de bizarro dentro de um hospital, e você ser assim, um cara interessado em mim, é o que me fará querer te dar outro assunto, que não seja eu , eu, eu.
Você me fará um jantar à luz de velas, mesmo que a comida propriamente dita seja a que você encomendou – porque – sabe como é, o seu papel na relação é apreciar o que eu cozinho. E você contará pros amigos, todo orgulhoso, o quanto a sua mulher cozinha pra caráááálho. E dirá também, igualmente orgulhoso, que a sua mulher faz questão que você tenha e conviva com seus amigos. Ela confia em você. Eu, eu confio.
Você também vai gostar de cachorros, assim como eu. E nós teremos um. E você também vai me deixar dizer por aí que o cachorro me ama mais do que ama a você, e me obedece mais e etc. E essa pequena atitude é a raiz de outras tantas, primordiais, pois você não compete comigo, e nem muito menos alimenta meu espírito competidor.
Você vai me ajudar a trocar de carro, vai me ensinar a trocar pneu e vai me dar dicas de direção. Você também vai comigo ao mercado, e como criança, me pedirá para incluir aquele doce que você adora, nas compras do mês – e é claro que eu só vou permitir depois de fazer um charme.
E você adora o meu corpo. As minhas curvas e também imperfeições. Me elogia sempre e me fará sentir única no mundo. Você opina nas minhas roupas e tem um gosto excelente pra presente.
Ah, e o sexo! Como você me faz bem. Você será aquele tipo insaciável de cara que tem o prazer em dar prazer. E será maravilhoso, porque eu também sou do tipo insaciável que tem prazer em dar prazer. Nossa entrega será mútua, e na cama compartilharemos nossos melhores momentos e fantasias. E ao me lembrar de nossas travessuras, sentirei arrepio na espinha e involuntariamente morderei os lábios. Pois você me causa isso: um tesão sem fim.
Já contei da tua boca? Quão bem desenhados são esses lábios que me fascinam. E beijar é nossa maior confidência.  E suas mãos? Mãos de homem, firmes e intensas, que me fazem sentir desejo de ser mulher.
Você despertará em mim a vontade de estar sempre bela, pois desde que me envolvi contigo, minha alto-estima elevou-se. Não porque você me fez ser outra, mas porque você me valoriza inteira.
Você se sentirá um cara sortudo, por ter ao seu lado uma mulher que ama agradar-te. Você se sentirá homem, útil e viril por se sentir capaz e necessário ao meu lado. Ao olhar-se no espelho, sentirá orgulho de si mesmo, por ter conseguido alguém que sua família admire, e que sua mãe sinta prazer em ter a companhia. Pois entre nós não existirá essa rixa entre mulher e sogra. Você é um filho honrado, e por consequência é um companheiro honrado também.
Por fim, é você o cara que me faz querer continuar cultivando os meus melhores manjares.  E nem me importo se ainda demorar – quer dizer, me importo sim – mas sinto-me segura mesmo assim, pois não sei se mencionei, mas o meu passado – e os caras que encontrei antes de você – não farão você se sentir inseguro, nem tampouco me ver de forma diferente da forma como você me vê: com verdadeira adoração. E não teremos vergonha de dizer que sim, nós nos adoramos.
E nos adoramos porque o nosso amor não anula quem somos, e nos adoramos porque oferecemos um ao outro o melhor que temos, e nos adoramos porque não podemos acreditar que finalmente encontramos alguém que nos faça suspirar, e eu te adoro porque “quando penso em alguém, é por você que fecho os olhos”.
Cara, eu não te conheço ainda.  Ou quem sabe conheço, mas não enxerguei.
Entretanto, o primeiro passo eu já dei, que é saber exatamente o que você será pra mim.
Um xêro. Aguardo-te ansiosamente em minha vida.
Jéssica Almeida.